quarta-feira, 24 de março de 2010

MORADIA POPULAR EM DEBATE VI

Lutar contra os despejos e defender o Direito a Cidade
A divulgação da ideologia de que somos um povo pacífico e que nesta terra não existe conflito, não reflete a verdade dos fatos e nem resiste a uma leitura crítica da história, já que o povo brasileiro foi forjado nos processos de resistências e na luta pela terra no campo e nas cidades. Com o inchaço e o crescimento desigual das cidades, foi ficando cada vez mais difícil de encontrar um lugar para os pobres que sempre tiveram que “se virar” e morar onde fosse possível. Para o povo sempre sobrou os piores lugares, nos bairros distantes, nas favelas, nos cortiços e nas ruas. Mesmo nas favelas, nos bairros distantes, nos cortiços e nas ruas, os pobres poderiam viver, desde que não incomodassem os ricos ou ferissem os interesses da especulação imobiliária. São comuns nas cidades brasileiras as práticas de ações higienistas para expulsar os pobres das regiões mais valorizadas, a violência contra as populações em situação de rua ou ainda a atuação do capital imobiliário com o aparato do poder judiciário e do estado para retirar os pobres de regiões antes deteriorioradas e agora revalorizadas pelo mercado. Assim, para viver com dignidade, os pobres sempre tiveram que lutar muito, enfrentar a violência dos despejos, as ações de reintegrações de posse e o preconceito. O Brasil é signatário de vários tratados internacionais de proteção aos direitos humanos, das crianças e dos jovens, dos idosos, e das mulheres e tem a garantia Constitucional de proteção do direito a moradia. Mesmo assim, todos os dias ocorrem dezenas de remoções, muitas vezes com extrema violência. Para superar esta grave situação de disputa pela terra urbana a União Nacional de Moradia Popular atuou na criação da plataforma nacional de combate aos despejos, apoia e participa, no âmbito do ConCidades, do grupo de acompanhamento de conflitos fundiários, que está organizando, no dia 28 a 30 de abril de 2010, o Encontro Nacional de Conflitos Fundiários em São Paulo. A União Nacional de Moradia Popular apóia também o programa Relatores DESC, especialmente a Relatoria Nacional pelo Direito à Cidade que denuncia em todo país as violações do direito a Moradia.
Mais imagens da desocupação a Fazendinha:

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